O PADRÃO BÍBLICO PARA A FAMÍLIA

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sexta-feira, 15 de maio de 2009


MARIA INÊS

Lourildo Costa

A velha Maria Inês havia ultrapassado os seus noventa anos de canseira e aflições. Não sentia mais prazer na vida, pois a luz do sol, da lua e das estrelas havia perdido o seu brilho. Seus braços permaneciam trêmulos e suas pernas estavam fracas. Seus dentes já haviam caídos e mal conseguia mastigar a sua comida. Suas vistas ficaram turvas e Maria Inês não podia ver as coisas claramente. Mesmo com a espinha dorsal corcovada, a velha mantinha sua popularidade na circunvizinhança, pois era hábil contadora de histórias.

A criançada rodeava-a todas as tardes, e, com os olhos fixos nela, exibia uma cara cheia de espanto ao ouvir as patranhas antigas.

Maria Inês relembrava de muitos fatos ocorridos na história da humanidade. Algumas lembranças tristes levavam-na a abanar a cabeça em sinal de desaprovação. Parecia que as nuvens de chuva nunca iriam embora.

Certa ocasião, após assistir ao Jornal Nacional, todos notaram a brusca mudança do semblante da velha Maria Inês. Demonstrava-se bastante preocupada, acocorada junto ao canteiro do alpendre.

- Por que a senhora está tão acabrunhada, vó Inês? – interrogou-lhe Theodorico.

- Por momentos, perde-se o gosto pelas coisas, meu guri. Acabei de assistir ao Jornal Nacional que relatou o quadro triste em que vive a menina cujo nome também é Maria Inês. Coitadinha... Apenas cinco anos e tanto sofrimento! Sempre achei que as crianças nunca deveriam sofrer.

- Maria Inês, vó?!! – gritaram todos, em uníssono.

- Sim. Maria Inês, a menina que veio do Acre para São Paulo, a fim de ser medicada pelo doutor Zerbini.

- De que sofre a menina, vó Inês?

- Trata-se de uma doença incurável que ainda desafia a medicina. Coitadinha!...Apenas cinco anos e tanto sofrimento! Sofre de uma doença cardiovascular congênita.

- O que significa isso, vó Inês?

- Minha irmã primogênita morreu desse mal. Chamava-se também Maria Inês. Seis anos depois de sua morte eu nasci e meu pai colocou-me o mesmo nome.

A velha abanava a cabeça e voltava a tagarelar:

- O coração de quem sofre desse mal, meus guris, vai aumentando de volume e a veia arterial vai apertando, apertando...

- Vamos mudar de assunto, vó Inês. Não fale de coisas tão tristonhas. Conte-nos outra história.

- A outra história que eu tenho para contar, meus guris, também é uma narração muito triste: “Depois que o Deus Eterno plantou um jardim na região do Éden, colocou ali o homem que Ele havia formado. No meio do jardim ficava a árvore que trazia conhecimento do bem e do mal. E o Deus Eterno deu ao homem a seguinte ordem: - Não coma da fruta da árvore que traz conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que você a comer, certamente morrerá”.

A mulher do homem Adão “viu que a árvore era bonita e que as suas frutas eram boas de se comer e que seria bom que ela e o marido adquirissem conhecimento”. Foi aí que entrou a doença no mundo, meus guris. O orgulho faz o coração das pessoas aumentar de volume e as leva a pensarem que serão como Deus, conhecendo o bem e o mal. “A mulher apanhou uma fruta e comeu; e deu ao seu marido, e ele também comeu. Foi então que ouviram a voz do Deus Eterno e esconderam dele”. Esse foi o começo da desarmonia entre os seres viventes: o homem acusou a sua mulher que, por sua vez, disse ter sido enganada pela cobra.

Dezenas de olhos esbugalhados miravam a velha Maria Inês e todos mantinham a mesma cara cheia de espanto ao ouvirem a mais antiga de todas as histórias.

- Em conseqüência, meus guris, “a terra ficou maldita e os homens passaram a trabalhar duramente a vida inteira a fim de que a terra produzisse alimentos suficientes”.

- Já entendi, vó Inês, desse episódio surgiu a guerra entre as pessoas, não é verdade?

- É por aí, meu guri. Adão e Eva tiveram filhos. Um deles, chamado Caim, certa vez “ficou muito furioso com o seu irmão Abel e fechou a cara para ele, carrancudo e com raiva. Levando-o para o campo, atacou o seu irmão e o matou”.

- Que catástrofe, vó Inês!

- Considero esse fato, meus guris, como a doença que atacou minha irmã e agora ataca a menina Maria Inês. O coração das pessoas que não fazem o que é certo vai aumentando de volume e a veia artéria vai apertando, apertando... Por isso o pecado está à porta da humanidade, à sua espera. Se todos fizessem o que é correto, estaríamos todos sorrindo! O mal insiste em dominar a raça humana, mas precisamos vencê-lo. Coitadinha da menina Maria Inês! Apenas cinco aninhos de idade. Veio lá do Acre para morrer aqui em São Paulo.

A velha Maria Inês mirou o olhar para o infinito, colocando as mãos sobre o seu peito, sem balbuciar nenhuma outra palavra, e caiu, de súbito, para trás. Todos a acudiram, mas já era tarde demais. A velha falecera de morte instantânea. Levaram-na rapidamente para o Pronto Socorro e o médico de plantão pôde constatar sua morte em consequência de uma fibroelastose endocardíaca, agravada por esterose da aorta.

A velha Maria Inês havia morrido por causa da alteração da musculatura do coração, que, sem irrigação sanguínea, tendia a aumentar de volume, agravando seu estado pelo estreitamento da aorta.

E foi assim que voltou para o seio da terra mais uma Maria Inês, pois da terra ela também havia sido formada.

E Maria Inês virou terra outra vez.

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