O PADRÃO BÍBLICO PARA A FAMÍLIA

O PADRÃO BÍBLICO PARA A FAMÍLIA
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domingo, 17 de maio de 2009


TELEVISÃO: FÁBRICA DE BLASFÊMIAS E VIOLÊNCIA.

Lourildo Costa

A Televisão é fruto do conjunto de conhecimentos de telecomunicação, cujo princípio é a transmissão momentânea de imagem e som, gerados ao vivo ou gravados, mediante ondas eletromagnéticas ou transmissão a cabo. É, também, um dos veículos de comunicação de massa, que faz uso da técnica psicológica, a serviço da sociedade de consumo. Ela tem a possibilidade de mobilizar uma nação, modificar o comportamento das pessoas, dar aparência ou forjar as opiniões, os conhecimentos e os costumes.

A televisão nos rodeia a todo instante. É capaz de amoldar nossas opiniões políticas, bem como nossos hábitos comerciais. Ela poderá abalar, com facilidade, de maneira profunda, o nosso cotidiano. Abruptamente, se intromete em nossas vidas, tomando o lugar de outras prioridades que deveríamos estar pensando. Onde deveria existir alguma outra coisa, a televisão chega e preenche todo o espaço. Quase não fazemos uso de outros meios de comunicação de massa, tais como: jornais, revistas, livros e rádio; simplesmente, os substituímos pela televisão.

Costumo afirmar que, a televisão, representa o 4º poder, em nosso país. Tomemos como exemplo, uma poderosa Rede de Televisão que suscitou do anonimato o ex-prefeito de Maceió, capital de Alagoas, e influenciou na escolha, através do escrutínio secreto, do então primeiro Presidente da Nova República, eleito pelo voto direto, por 35 milhões de pessoas. Estou falando do Sr. Fernando Collor de Mello. A mesma Rede de Televisão cooperou muito para tirá-lo do poder, e cassar os seus direitos políticos, através do "impeachement".

As pesquisas, com relação à influência da televisão sobre o comportamento violento, são contraditórias. Algumas dizem que a TV não é nociva. Outras, porém, afirmam que sim. Numa certa experiência, executada por americanos, concluiu-se que, grupos de crianças, entre 9 e 10 anos de idade, ficaram expostos, diariamente, a doses diferentes de violência televisada. Ao atingir a idade adulta, o grupo que mais ficou exposto à televisão, apresentou 150% mais ocorrências policiais que o grupo menos exposto. Durante os dois anos de duração da pesquisa, mais de 8.000 assassinatos foram assistidos, por aqueles meninos.

Uma das características do aparelho de televisão é, exatamente, atingir, de maneira profunda e notória, a vida interior de cada telespectador. Sem pedir licença, ele se intromete no cotidiano das pessoas, e toma o lugar de outras coisas, tornando-se algo de maior importância. Ficar longas horas diárias vendo televisão pode representar um ato de fuga ainda mais sério – fuga de Deus. Os anúncios coloridos, postos em propagação na tela, são uma poderosa fonte de renda. Através da propaganda produzida por especialistas em “marketing”, é mobilizada uma ação aqui, é mudada a forma de um comportamento acolá. Agências de Propaganda, suntuosamente, elaboram classificados, numa busca cega por motivos que despertem o desejo nos espectadores de televisão; excitando-os para o consumo desenfreado e criando-lhes necessidades banais, fazendo gerar grandes impulsos capazes de levá-los a um modo diferente de procedimento. As mensagens são, inteligentemente, dosadas com altas cargas de impacto, com a finalidade principal de impressionar o consciente.

Devemos atentar-nos que, na publicidade, há evidente segunda intenção de estimular a concentração da coletividade para uma determinada produção, motivo pelo qual ela é tornada a mais fascinante possível. Atingido esse objetivo, o passo seguinte é criar, no espectador, o desejo ardente de ser o possuidor do produto em questão; induzindo-o, assim, a adquiri-lo, tornando-o um comprador em potencial. A atenção do público é cativada, através de lindos e multicoloridos cenários, sendo apresentados por belas mulheres, as quais, ao ressaltarem a necessidade de se adquirir tal produto, estimulam o interesse exacerbado por ele. Ao fazer uma demonstração prática do que estão anunciando, é criado na mente do espectador um desejo profundo em adquiri-lo, levando-o, desta maneira, à ação de comprá-lo. Objetivo alcançado!

O visual sempre é muito impressionante, despertador do apetite, da vontade de comprar e de ser dono do mundo. É exatamente por causa do planejamento muito bem elaborado da propaganda, na televisão, que acabamos estimulados pela necessidade de comprar coisas geralmente inúteis e supérfluas. Seus programas são cuidadosamente bem elaborados, com a finalidade de excitar os desejos. Os caros comerciais são destinados a fazer os telespectadores querer tudo o que vêem. Fazendo uso de uma linguagem básica, isto é, a linguagem da visão e dos desejos. Os produtos são enfileirados em nossas mentes como desejáveis e necessários. Quando, mais tarde, saímos para as compras, é mais prático que façamos a escolha por algo que já estejamos familiarizados e que possua essas associações desejáveis.

Satanás, já tendo conhecimento disso tudo, tem sabido fazer uso da televisão, diuturnamente, a fim de semear a violência e a desintegração da sociedade. Enquanto isso, alguns pastores tentam impedir o acesso à televisão dizendo ser um instrumento do diabo, e não ocupam o espaço que deveriam para anunciar o Evangelho a todo o mundo, por todos os meios. As pessoas são condicionadas pelo que vêem e passam a ter os mesmos desejos e as mesmas maneiras de procedimento, as mesmas aspirações de posse. Quão maravilhoso veículo de comunicação de massa seria a televisão se todos nós ocupássemos os espaços possíveis ao nosso dispor!

Devido à gravidade do problema, o certo é que associações de pais e mestres, psicólogos, ministros evangélicos, autoridades governamentais, enfim, muito se têm admoestado sobre a questão em foco e algumas teses estão sendo defendidas, repletas de dados e fatos sobre o assunto em pauta.

A televisão tem a faculdade de encaminhar, de maneira artificiosa, para o mal ou para o erro, como também pode entreter, a fim de que não se venha a preencher o tempo com coisas em que se deveria estar aplicando a nossa atenção. O que as pessoas vêem na televisão as excitam, estimulando-lhes estados mentais e sentimentos, afetando o pensamento e o comportamento. Quando ficamos parados à sua frente, estáticos e impassíveis, ela nos priva de coisas que deveríamos estar realizando. Isso pode significar uma ação de fuga dos problemas hodiernos e, o que ainda é pior, estar-se fugindo da presença de Deus. O conteúdo da televisão poderá contribuir para que haja mudança de nossos valores e de nossas crenças. Os padrões de moralidade cristã, principalmente os relacionados ao sexo e à vida familiar, estão sendo relegados ao segundo plano, pela sociedade moderna. Nas escolas, nos órgãos governamentais, nas ciências sociais, nos entretenimentos, na cultura geral, os “modus vivendis” cristãos estão sendo ameaçados pela homogeneização dos costumes, o que enfraquece todas as crenças e valores. A visão de mundo transmitida pela televisão é uma visão ausente de Deus. Ignora a vida enraizada em Deus, pois os modelos que nos são apresentados são de homens e mulheres sem Deus, auto-suficientes e centro das atenções. A televisão é agnóstica, isto é, só admite os conhecimentos adquiridos pela razão e evita qualquer conclusão não demonstrada.

Ver televisão demasiadamente subtrai tempo de outras atividades que agregam para o crescimento intelectual. Em se tratando de crianças, pior ainda, pois os efeitos diretos sobre suas mentes, impedem-lhes o desenvolvimento de hábitos mentais de que tanto elas necessitam, a fim de se desenvolverem e tornar-se cidadãos úteis, responsáveis e verdadeiros servos de Deus.

Não é necessário que eliminemos a televisão de nossas vidas. Longe disso! Mas precisamos acertar seu equilíbrio, precisamos ser mordomos do nosso tempo e usá-la de maneira mais prudente.

“A VIAGEM” - UM ACINTE AO DEUS ETERNO.

Vejamos um outro exemplo, sombrio, nocivo, cheio de pitadas satânicas e que foi publicado no Jornal “O Globo”, na edição do dia 20/09/94, na página 10 do “Segundo Caderno”: - “O personagem Dinah (Christiane Torloni) rejeita a idéia de estar morta e no céu da novela A VIAGEM. Recebida por Carlota (Mylla Christye), ela acha que está num manicômio e não pára de perguntar pelo portão de saída e de pedir seu telefone celular para falar com a família”.

O personagem dessa novela, “A VIAGEM”, desaprovou a existência real do céu. Particularmente, a intérprete dessa cena dantesca parece pensar da mesma forma, que a figura dramática por ela encarnada na novela, pois, afirmou, de maneira categórica, em sua opinião fornecida ao entrevistador do mesmo Jornal: -”A minha concepção de céu é mais helênica”, isto é, ao que parece, é para “grego” acreditar”. E complementou, na entrevista dada ao Jornal “O Globo”: - “O céu da igreja é um pouco careta. Para os gregos é mais animado. Tem vinho, tem festa... Chega lá encontra logo Baco de cara ”.

E o que disse o Diretor dessa novela? Onde foi buscar inspiração para escrever sua obra literária? Ele também expressou sua opinião em comentário divulgado na mesma página do referido Jornal: - “Admito que o contato com a literatura Kardecista tem influído em minha vida”.

Pois bem, amigos leitores, é esse o modelo de deformatório moral e espiritual que, infelizmente, tem invadido a maioria dos lares brasileiros, através da televisão. E muitos evangélicos perdem horas preciosas do seu tampo ficando em frente de novelas de semelhante teor, escritas e dirigidas por espíritas e pessoas influenciadas por pensamentos ateus. Um acinte de blasfêmias faz parte da composição da maioria das novelas da Rede Globo, com a finalidade precípua de desmerecer o sacrifício vivo de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, que, ressuscitado, foi para o céu a fim de preparar um lugar para todos quantos o receberem: - “Não fiquem tristes e preocupados. Confiem em Deus e confiem também em mim. Na casa de meu Pai há bastantes cômodos, e eu vou preparar um lugar para vocês. Se não fosse assim, eu já os teria dito. E, depois que eu for e preparar um lugar para vocês, voltarei e os levarei comigo para que vocês estejam onde eu estiver”. – João, capítulo 14, versos 1 a 3.

O apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, disse o seguinte, ao escrever a Carta II Timóteo, Capítulo 4, versos 3, 4,: “Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres, segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceiras nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas”.

O mesmo Paulo expressou-se a respeito dos dias difíceis que sobreviriam sobre a Igreja, por conseqüência do egoísmo, da mesquinhez, da arrogância, da blasfêmia, da desobediência, da ingratidão e da irreverência a Deus. Graças à utilização dos meios de comunicação de massa, grandes redes de televisão têm escolarizado seus espectadores nos preparativos do governo do anti-Cristo, difundindo suas doutrinas de demônios.

Tenham bastante cautela, amigos leitores, não troquem, jamais, as belas promessas de Jesus pela quimera da Tv-mania!

Segundo escreveu São João, no livro de Apocalipse, podemos notar as sete bem-aventuranças daqueles que gozarão - no céu - da felicidade eterna. Vejamos:

1. Bem aventurados aqueles que lêem, ouvem e obedecem às cousas escritas nas Palavras da profecia”. - Apocalipse 1. 3.

2. “Felizes os que morrem no serviço do Senhor!” - Apocalipse 14.13.

3. “Feliz aquele que vigia e toma conta da sua roupa” - isto é, aquele que conserva puro o seu andar, santificando-se para o encontro com o Senhor - Apocalipse 16.15.

4. “Felizes os que foram convidados para a festa de casamento do Cordeiro”. - Apocalipse 19.9.

5. “Felizes e abençoados serão os que foram incluídos na primeira ressurreição, pois a segunda morte não tem poder sobre eles”. - Apocalipse 20. 6.

6. “Felizes os que obedecem às palavras deste livro”. - Apocalipse 22.7.

7. “Felizes os que lavam as suas roupas no sangue do Cordeiro, para poderem entrar pelos portões da cidade”. - Apocalipse 22. 14.

O além, do qual nos fala o personagem Dinah, da novela “A VIAGEM”, certamente, não é o mesmo céu a que se refere a Bíblia Sagrada, que afirma ser o lugar onde os santos e salvos em Cristo Jesus irão habitar, por toda a eternidade. Lá, “haveremos de herdar as bênçãos que Deus tem preparado para o seu povo e também herdaremos com Cristo o que Deus tem guardado para Ele”. – Romanos, capítulo 8, verso 17.

“Porque aqueles que Deus já havia escolhido, Ele também separou para se tornarem como o seu filho”. – Romanos, capítulo 8, verso 29. Aleluia!

Algo parecido com hospitais de indivíduos doidos, alienados da vida, da sociedade, conforme a novela “A Viagem” transluziu ser o céu da Bíblia, lugar onde os seus habitantes não encontram o portão de saída e, aflitos, procuram o telefone celular para se comunicarem com os seus familiares, aqui na terra, acertadamente, não pode ser, e jamais terá algo semelhante com o céu que Jesus foi-nos preparar. O céu, da novela “A VIAGEM”, parece-se mais com uma descrição infernal, lugar preparado para o diabo e seus anjos, bem como todos aqueles que blasfemam, insolentemente, de Deus, vivendo uma vida arregalada e materialista. Na Palavra de Deus, existe um exemplo desse tipo de gente. Vejamos: - “Havia um homem rico que vestia roupas muito caras e sempre dava grandes festas. Havia também um homem pobre e cheio de feridas, chamado Lázaro, que costumavam deixar perto da casa do rico. Lázaro ficava ali, procurando matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico. E até os cachorros viam lamberem as suas feridas. O pobre morreu e foi levado pelos anjos para junto de Abraão, na festa do céu. O rico também morreu e foi enterrado. Ele sofria muito no mundo dos mortos. Quando olhou, viu lá longe Abraão e Lázaro ao seu lado. Então gritou: “Pai Abraão, tenha pena de mim! Mande que Lázaro molhe o dedo na água e venha refrescar a minha língua porque estou sofrendo muito neste fogo!” - Mas Abraão respondeu: “Meu filho, lembre-se de que você recebeu na sua vida todas as coisas boas, porém, Lázaro, só recebeu o que era mau. E agora ele está aqui gozando tudo isto, enquanto você está sofrendo. Além disso, há um grande abismo entre nós, de modo que os que querem atravessar daqui até vocês não podem, como também os daí não podem passar para cá”. - “Nesse caso, Pai Abraão ”.- disse o rico - “peço que mande Lázaro até à casa de meu pai porque tenho cinco irmãos. Deixe que ele vá e os avise para que assim não venham para este lugar de sofrimento”. - Mas Abraão respondeu: “Os seus irmãos têm Moisés e os profetas para avisá-los. Que os escutem!” - “Isso não basta, Pai Abraão”- respondeu o rico. “Mas, se alguém ressuscitar e for falar com eles, aí se arrependerão dos seus pecados”. - E Abraão respondeu: “Se eles não ouvirem Moisés nem os profetas, não crerão, mesmo que alguém ressuscite. ””

Ao contrário de tudo o que afirmou o autor da novela “A VIAGEM”, no céu que a Bíblia fala-nos, “os portões da cidade estarão sempre abertos, o dia inteiro. Não se fecharão, porque ali não haverá noite”. – Apocalipse, capítulo 21, verso 25. Cristo - o nosso Sol da Justiça - Ele mesmo iluminará toda a cidade. Aleluia!


SARA: SUA FORÇA MUDOU O CURSO DA HISTÓRIA HUMANA

Lourildo Costa

(Gênesis 17:15) – “Disse Deus mais a Abraão: A Sarai, tua mulher, não chamarás mais pelo nome de Sarai, mas Sara será o seu nome”. Sara, segundo a origem do original hebraico, significa princesa, soberana.

(Gênesis 17:19) – “E disse Deus: Na verdade, Sara, tua mulher, te dará um filho, e chamarás o seu nome Isaque, e com ele estabelecerei a minha aliança, por aliança perpétua para a sua descendência depois dele”.

Em minhas caminhadas matinais, costumo realizar uma comunicação intrapessoal, isto é, exercito o exame dos meus próprios pensamentos e sentimentos, enquanto caminho. Num desses passeios a pé, surgiu-me a idéia de escrever um livro que abrangesse o tema relacionado à força que a mulher exerce sobre o homem. Sua força é de tal envergadura, que é capaz de mudar todo o curso da História da humanidade. Como exemplo do que falo neste momento, destaquei para a edição deste periódico, o segundo capítulo do livro, ainda em fase de montagem. Como o mês de maio é tempo de flores e alegrias, mês das noivas e das mulheres, especialmente das mamães, no segundo domingo, desejei homenagear todas as mulheres, leitoras deste jornal, com o presente artigo.

Sabemos que Sara foi a esposa amada de Abraão. Foi ela uma das mulheres do mundo antigo, que deu um novo impulso à história dos seres humanos.

O nome Sara, segundo o vernáculo hebraico, significa princesa. Das mulheres do Antigo Testamento, era uma das mais distintas e das mais lindas. Os escritores do mundo antigo afirmam que Sara foi uma das quatro mulheres mais bonitas que o mundo já conheceu.[1] Não há homem que não pare para contemplar beleza tão singular! Mesmo já adiantada em idade, não se entende como permanecera bonita, a ponto de exercer o poder de atrair chefes do governo egípcio, nação para onde desceu Abraão, fugindo da fome que assolava parte do mundo antigo. Ao ver-se cercado por indivíduos estranhos à sua parentela, criaturas, sexualmente insaciáveis, homens que flertavam com outras mulheres em público, fazendo prevalecer a força, em detrimento da justiça, Abraão concluiu, rapidamente, onde se foi meter e temeu por sua vida, achando que o rei não hesitaria em matá-lo, por causa da beleza de sua mulher. Ao chegarem à terra do Egito, Abraão solicitou à sua mulher que se identificasse como se fosse sua irmã carnal; o que não era de todo uma mentira, pois Sara era meio-irmã de seu esposo, por parte de pai, conforme nos declara o autor do livro de Gênesis: “E, na verdade, é ela também minha irmã, filha de meu pai, mas não filha da minha mãe; e veio a ser minha mulher”.[2] Sara reuniu forças para resistir às atenções amorosas do Faraó egípcio que, por sua causa, veio a se enfermar, entrando em estado de grande desalento moral e físico. Só assim, o rei pôde perceber que aquela linda mulher não lhe pertencia; e que deveria deixá-la seguir com o seu esposo Abraão. No momento de delicadeza de compleição, Sara esteve ao lado de seu marido. Ele não tinha sua esposa, simplesmente, como um objeto para satisfação de seus desejos, cujo propósito fosse, meramente, o despertar de uma atração física, tendo em vista a sua enorme beleza. Mesmo tendo conhecimento que Sara era dotada de uma beleza sem par, Abraão não a enxergava com os olhos que a maioria dos homens vêem as mulheres. Ele “precisava explicar aos egípcios, que viam as mulheres como objetos de uso pessoal, como deveria ser o relacionamento correto entre os sexos”.[3] Sua veneração e seu anelo por Sara não tiveram início somente na aparência física ou exterior, mas Abraão sentiu-se cativo pela beleza d’alma, a ponto de pedir para que declarasse que tal admiração assemelhava-se ao amor existente entre irmãos. Sara foi a mulher que deu o caráter de continuidade da primeira mãe de todo ser vivente, Eva. Foi ela quem mais se aproximou da magnificência da mulher de Adão. A princípio, chamou-se Sarai, tendo o sentido de “princesa de uma nação”. Por causa de sua grandiosidade, Deus mudou-lhe o nome para Sara, que denota o sentido de “a princesa de todas as nações”. Dois mil anos depois da formação da mãe dos povos, Sara deu seqüência ordenada e ininterrupta ao decurso do tempo que teve início em Eva. Estava posto o novo sustentáculo da humanidade. Ela foi o alicerce da nação de Israel. Todo o povo judeu tem sua ascendência em Sara. Como o modelo de Eva, ela foi a mãe de todos os seres viventes, que precedem a toda a civilização humana. E foi por isso que Abraão amou-a de verdade, e em Hebrom, na terra de Canaã, lamentou, amargamente, sua morte. Não é de se estanhar que Abraão tenha chorado, copiosamente, por essa mulher digna de ser amada. Abraão chorou muito por ela.

Paulo escreveu que Abraão não desanimou na fé, mesmo tendo seu corpo já entorpecido pelo avançar da idade, “pois era já de quase cem anos”; nem tampouco atentou, também, para o ventre enfraquecido de sua mulher, Sara. Ela daria a Abraão o filho tão ardentemente anelado por eles. Depois que recebera a cura de sua esterilidade, o nascimento do primeiro e único filho seria a maior de todas as bênçãos já recebidas de Deus. O fruto de seu ventre se multiplicaria em grandes nações que povoariam toda a terra. Do tronco da princesinha de Canaã proviriam todos os ramos de uma linhagem real, até que dela viesse o Rei dos reis como o seu mais notável descendente. A priori, Sara pareceu não acreditar muito naquela possibilidade. Diz a Bíblia que ela emitiu um sorriso que demonstrou um espírito cheio de dúvida. Achara, talvez, impossível dar a luz a um novo ser, pois, há muito tempo, já havia ultrapassado a barreira da terceira idade. Consentiu que seu marido tivesse um filho com sua escrava, Hagar, cedendo-a a Abraão, para que concebesse dele, como se fosse fruto do seu próprio ventre. Abraão tinha oitenta e seis anos de idade, quando lhe nasceu Ismael, filho da escrava de Sara. Dessa união ilícita nasceu Ismael, filho de Abraão, e não de Sara. Ambos demonstraram pouca paciência para aguardarem, em paz, o cumprimento da promessa, de acordo com o tempo de Deus. A constância e a firmeza devem fazer parte do dia-a-dia de todo o cristão. De repente, talvez, tenha faltado a Sara resistência para submeter-se às pressões do cotidiano sem titubeações. Ser paciente é saber esperar em Deus, conforme escreveu o apóstolo São Paulo aos romanos: “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança, e a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”.[4] O casal apressou-se em colocar no mundo um filho que pudesse dar continuidade à propagação de seus nobres ideais, a fim de livrar o seu povo da escravidão e do sofrimento. Era mister que o casal permanecesse na expectativa de aguardar o tempo certo de Deus. Sara sentiu-se uma senhora de idade já bastante avançada, e o milagre divino pareceu-lhe tardio e sem solução. A mulher de Abraão não precisava acelerar os acontecimentos. Hagar não seria a mulher modelo sonhado, e Ismael, certamente, haveria de tomar o mal sentido na vida. Ismael era o produto de um ato ilícito e incompleto. Toda vez que o homem procura dar uma mãozinha para Deus e apressar os acontecimentos, atinge-se algo imperfeito, bem distante de tudo aquilo que se pretendia. Tal precipitação poderá tornar-se algo nocivo, para o resto da vida. Quando Deus apareceu a Abraão e confirmou-lhe que sua esposa, Sara, teria um filho que se chamaria Isaque, Abraão estava com os seus noventa e nove anos de vida. Quatorze anos depois do nascimento de Ismael, Deus confirma a sua promessa; pois “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria Ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?” [5] De Sara, nasceu Isaque, o filho da promessa. Da posteridade de Isaque haveria de nascer dois reis, que haveriam de submeter, pela guerra, toda a extensão territorial de Canaã. Agora Sara teve motivo suficiente para desabrochar um largo sorriso, fruto de uma aberta alegria. Não há, no mundo, coisa mais gratificante e mais agradável ao espírito, do que o sorriso de uma mulher. Salomão escreveu que “é melhor morar num canto de telhado do que ter como companheira, em casa ampla, uma mulher briguenta”.[6] E o Senhor Deus provou para Sara, que para Ele não existe impossível. Por causa dessa atitude impensada de Sara, talvez, movida por um momento de forte emoção, a história da raça humana teve o seu curso totalmente mudado, diferente daquele que Deus planejara, a princípio. As desavenças começaram a existir naquele lar que tinha Abraão como o cabeça. Pai de dois filhos, de mães diferentes, sentia-se impotente para evitar tanta discórdia. Chegou a ponto de Sara dizer a Abraão: “Ponha fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta serva não herdará com Isaque, meu filho”.[7] Sara julgava que Ismael não seria companhia ideal para o seu filho Isaque, pois Hagar era de origem egípcia, e por isso trouxera consigo, grande carga de conceitos pagãos que, certamente, foram transferidos ao seu filho, meio-irmão de Isaque. É certo que Abraão sentiu-se melindrado, diante de tal situação. Como atender o pedido de sua esposa amada, sendo que nas veias de Ismael corria seu próprio sangue? De modo indubitável, não poderia entender o extremismo daquela atitude. Colocar no olho da rua o seu filho primogênito, seria pedir-lhe demais. Logo Sara, sua esposa mui benévola, fazer uma exigência tão cruel quanto aquela!? Abraão sentiu-se envolvido por um pavor repentino. Foi buscar uma resposta em Deus. O Altíssimo respondeu-lhe, advertindo-o de que não fizesse mal juízo de Sara: “Porém Deus disse a Abraão: Não te pareça mal aos teus olhos, acerca do moço e acerca da tua serva; em tudo o que Sara te diz, ouve a sua voz; porque, em Isaque, será chamada a tua descendência”.[8] Era Sara quem deveria dar solução a tal impasse. Como mulher, deveria ser a causa decisiva da permanência da harmonia em seu lar. Abraão não estava em condições psicológicas de tomar decisões, pois era pai dos dois meninos. Além do mais, a mulher foi dotada de uma inteligência que lhe é peculiar e que lhe permite visualizar as situações mais confusas, criadas pela realidade da vida. Naquele momento decisivo para Abraão, somente Sara encontrava-se em condições de proceder com autoridade e firmeza de propósitos. Mulher prendada, de qualidades não mensuráveis, esteve sempre ao lado de seu marido, a fim de atender a incumbência de Deus para que fossem para um lugar, totalmente desconhecido. A Abraão, coube-lhe, apenas, a decisão de seguir os conselhos de sua esposa. Para que isso pudesse ocorrer, Abraão deu ouvidos a uma exigência veemente, a ponto de convencer-lhe a abandonar o seu próprio filho, somente provindo de uma mulher, com um juízo de verdade, que não pudesse sofrer contestação alguma. Mulher de temperamento forte, a motricidade fazia parte integrante de seu ser. Ainda que de maneira não muito positiva, Sara pôde mudar o curso da nossa História. Até o presente momento, contemplamos os descendentes de Ismael e de Isaque se digladiando, lá pelas bandas do Oriente. Por que Sara resolveu expulsar Hagar e seu filho de seu lar, com o mesmo vigor, com o qual havia persuadido Abraão a contrair união íntima com a escrava? Ao exigir a expulsão de Ismael e sua mãe, da família de Abraão, Sara já estava visualizando a providência divina, a fim de que seu povo fosse, realmente, uma nação mui especial para Deus. Além do mais, a serva de Sara, com arrogância, a havia enfrentado, não reconhecendo o seu lugar de criada, naquela família. E Abraão “possuiu a Hagar, e ela concebeu; e vendo ela que concebera, foi sua senhora desprezada aos seus olhos”. [9] A escrava vangloriava-se, pelo fato de ter-se engravidado do seu senhor, logo na primeira noite, sendo que Sara, há cinqüenta anos, tentando ter um filho, não obtivera sucesso em seu intento. Esse foi o principal motivo do maltrato de Sara a Hagar, sua escrava, que se viu obrigada a tomar uma decisão tão drástica. Ela, apenas, fez salientar sua posição de esposa legítima e de rainha do lar. Sara não a feriu fisicamente, mas falou-lhe de maneira enérgica, dizendo que seu descendente não herdaria, juntamente, com os indivíduos que se constituíam da descendência da raiz de Abraão.

Pedro disse que Sara era o modelo de esposa que estava submissa ao seu marido, pois o respeitava sobremaneira, chamando-o de senhor. Como companheira, deixou familiares e seguiu a Abraão, a fim de dar crédito ao chamado de Deus a um lugar totalmente desconhecido por ambos.

Sara foi uma mulher que, com sua força, com sua energia moral, com seu impulso feminino, com sua influência sobre o marido, com sua intensidade e seu valor, mudou todo o curso da História humana.


[1] Talmude, Meguilá, 15a.

[2] Livro de Gênesis, capítulo 20, verso 12.

[3] Rabino Aviner, Shelomo. Mulheres da Bíblia, pág. 44.

[4] Romanos, capítulo 5, versos 3 a 5.

[5] Livro de Números, capítulo 23, verso 19.

[6] Livro de Provérbios, capítulo 21, verso 9.

[7] Livro de Gênesis, capítulo 21, verso 10.

[8] Livro de Gênesis, capítulo 21, verso 12.

[9] Livro de Gênesis, capítulo 16, verso 4.


REMEMORAÇÕES DE TABAJARA

Lourildo Costa

Não foi sonho. Foi realidade. O índio Tabajara veio ver de perto a região outrora habitada por seus ancestrais, hoje, transformada em cidade grande, invadida pelo homem branco e mundialmente conhecida como a “Cidade do Aço”. Espraiada longitudinalmente às margens do velho “Parahyba”; nome dado ao rio que corta a cidade, em homenagem ao povo indígena extinto que habitava a margem esquerda do rio Paraíba do Sul.

Tabajara chegara do município de Amarante, do Maranhão, terra onde ainda vive um pequeno fragmento de sua tribo. Passou a rememorar o rosto lindo de sua amada, o pescoço formoso enfeitado de colares, no meio de duas tranças.

Como no cântico de Salomão, Tabajara rememorava o dia em que, pela primeira vez, vira a índia Jurema de cócoras sobre a jangada que serpenteava sobre as águas caudalosas do Paraíba.

- “Como você era bela, minha querida! Como você era linda! Como seus olhos brilhavam de amor!”

Tabajara rememorava aqueles olhos de graúna que se derramavam num fulgor azulado sobre as paisagens. Aquele primeiro aceno, aquele primeiro olhar sob a deliciosa frescura da oiticica. Fazia um sol fino, cuja luz brilhava sobre a pele vermelha e corria em fio entre os negros cabelos da índia Jurema.

Tabajara sentia tão presente aquelas doces recordações do passado, que a impressão mais forte era de que Jurema ainda vivia e estava ali, confundindo-lhe a visão.

-“como era agradável a sua presença! Você era tão graciosa como uma palmeira!”

Tudo isso não era apenas um sonho. Parecia realidade. Tabajara rememorava os nativos de sua tribo, que outrora vieram para o Sul a fim de habitarem os campos e vales cortados pelo velho e relho Paraíba. Sua raça fora exalada pelos desbravadores de etnia branca e tornada estrangeira em seu próprio torrão natal.

Do alto do Laranjal, Tabajara mirava um olhar por toda a extensão da siderúrgica – fábrica de aço do homem branco – e rememorava sua infância misturada ao cheiro quente e gostoso do aipim.

Tabajara rememorava o medo terrível que tinha dos caaporas, que seus ancestrais afirmavam ser os maus espíritos da floresta. Vinha-lhe à mente o pio triste do noitibó e o grande alarido que faziam os habitantes da tribo curumim em dias festivos.

Não foi sonho. Foi aqui, no coração de aço do Brasil, que Tabajara encontrara, pela primeira vez, sua amada Jurema que não mais existia. Os homens brancos expulsaram os índios do seu habitat natural e a maioria da tribo ficou escasseada pelo progresso do mundo moderno da civilização.

Tabajara rememorava: O pajé havia dito que o dia ficaria triste e o canto noturno das inhumas seria substituído pelo grito estridente da usina siderúrgica.

Tabajara rememorava os galos cacarejando e desejou descansar sua cabeça que pendia pesada e confusa. Tudo o que rememorava dos tempos passados, apenas trazia de volta à lembrança o doce sorriso de sua amada dos lábios de mel.

Não foi sonho. Os homens brancos eram como os fortes jatobás da floresta: invadiam todos os espaços possíveis e tomavam conta das terras indígenas.

A usina siderúrgica apitava uma sirena que podia ser ouvida pelos quatro cantos da cidade, parecendo imitar o canto da jandaia sobre o coqueiro.

Tabajara ergueu os olhos lacrimejantes, enquanto rememorava: -“Minha querida, todos os meus companheiros desejariam ouvi-la neste momento. Eu também desejaria ouvir sua meiga voz no jardim.”

Tudo se passa sobre a Terra!