O PADRÃO BÍBLICO PARA A FAMÍLIA

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domingo, 17 de maio de 2009


REMEMORAÇÕES DE TABAJARA

Lourildo Costa

Não foi sonho. Foi realidade. O índio Tabajara veio ver de perto a região outrora habitada por seus ancestrais, hoje, transformada em cidade grande, invadida pelo homem branco e mundialmente conhecida como a “Cidade do Aço”. Espraiada longitudinalmente às margens do velho “Parahyba”; nome dado ao rio que corta a cidade, em homenagem ao povo indígena extinto que habitava a margem esquerda do rio Paraíba do Sul.

Tabajara chegara do município de Amarante, do Maranhão, terra onde ainda vive um pequeno fragmento de sua tribo. Passou a rememorar o rosto lindo de sua amada, o pescoço formoso enfeitado de colares, no meio de duas tranças.

Como no cântico de Salomão, Tabajara rememorava o dia em que, pela primeira vez, vira a índia Jurema de cócoras sobre a jangada que serpenteava sobre as águas caudalosas do Paraíba.

- “Como você era bela, minha querida! Como você era linda! Como seus olhos brilhavam de amor!”

Tabajara rememorava aqueles olhos de graúna que se derramavam num fulgor azulado sobre as paisagens. Aquele primeiro aceno, aquele primeiro olhar sob a deliciosa frescura da oiticica. Fazia um sol fino, cuja luz brilhava sobre a pele vermelha e corria em fio entre os negros cabelos da índia Jurema.

Tabajara sentia tão presente aquelas doces recordações do passado, que a impressão mais forte era de que Jurema ainda vivia e estava ali, confundindo-lhe a visão.

-“como era agradável a sua presença! Você era tão graciosa como uma palmeira!”

Tudo isso não era apenas um sonho. Parecia realidade. Tabajara rememorava os nativos de sua tribo, que outrora vieram para o Sul a fim de habitarem os campos e vales cortados pelo velho e relho Paraíba. Sua raça fora exalada pelos desbravadores de etnia branca e tornada estrangeira em seu próprio torrão natal.

Do alto do Laranjal, Tabajara mirava um olhar por toda a extensão da siderúrgica – fábrica de aço do homem branco – e rememorava sua infância misturada ao cheiro quente e gostoso do aipim.

Tabajara rememorava o medo terrível que tinha dos caaporas, que seus ancestrais afirmavam ser os maus espíritos da floresta. Vinha-lhe à mente o pio triste do noitibó e o grande alarido que faziam os habitantes da tribo curumim em dias festivos.

Não foi sonho. Foi aqui, no coração de aço do Brasil, que Tabajara encontrara, pela primeira vez, sua amada Jurema que não mais existia. Os homens brancos expulsaram os índios do seu habitat natural e a maioria da tribo ficou escasseada pelo progresso do mundo moderno da civilização.

Tabajara rememorava: O pajé havia dito que o dia ficaria triste e o canto noturno das inhumas seria substituído pelo grito estridente da usina siderúrgica.

Tabajara rememorava os galos cacarejando e desejou descansar sua cabeça que pendia pesada e confusa. Tudo o que rememorava dos tempos passados, apenas trazia de volta à lembrança o doce sorriso de sua amada dos lábios de mel.

Não foi sonho. Os homens brancos eram como os fortes jatobás da floresta: invadiam todos os espaços possíveis e tomavam conta das terras indígenas.

A usina siderúrgica apitava uma sirena que podia ser ouvida pelos quatro cantos da cidade, parecendo imitar o canto da jandaia sobre o coqueiro.

Tabajara ergueu os olhos lacrimejantes, enquanto rememorava: -“Minha querida, todos os meus companheiros desejariam ouvi-la neste momento. Eu também desejaria ouvir sua meiga voz no jardim.”

Tudo se passa sobre a Terra!

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