O MENINO DE BELÉM
Lourildo Costa
Li que lá no fundão de uma cidadezinha por nome Belém, num país longínquo, onde se fincava a antiga Judeia, o Salvador veio nascer, cercado pela pobreza, pelos animais, numa humilde manjedoura e, no céu, uma grande estrela brilhante.
O Menino de Belém não encontrou nenhuma catedral como a de São Pedro, em Roma. Nenhuma casa hospitaleira e nem mesmo os grandes ou simples hotéis se propuseram a hospedá-lo. Somente uma estrela forte brilhava no céu, cobrindo-O com o manto da beleza da sua luz. Os bois derramavam os seus mugidos por sobre as ondas mansas daquela noite fulgurante.
O Salvador veio nascer, através das entranhas da Virgem Maria, para dar uma lição ética aos homens pobres de espírito, e uma ração de alegria e de paz aos povos desamparados. Ele bem sabia que as nações se voltariam para Ele para buscarem refúgio nas horas amargas e de angústias.
-“Sem Mim, nada podeis fazer!” – O próprio Cristo-Menino disse estas palavras, anos mais tarde.
Para que servem a guerra-fria, o armamento bélico das grandes potências mundiais que colocam em riscos a vida de mais de seis bilhões de habitantes; a construção de moderníssimas bombas atômicas que estão sempre prontas para explodirem como rosas que nascem para matar?
-“Sem Mim, nada podeis fazer!”. O homem ainda não aprendeu a se comportar como uma criança que é mansa e humilde por natureza. Ser como um menino é trazer escondido dentro do peito um lindo ser humano de pouca idade, adormecido na manjedoura do coração.
Viandantes ambiciosos irão surgir pelo caminho da vida e nos proporão negócios escusos e atos ilícitos. Nessa hora haveremos de despertar essa adorável criaturinha que dorme dentro da gente. Ainda que tais viandantes não nos compreendam, mas façamos essa criancinha despertar do seu sono, pois muitos também não entenderam os propósitos do Menino-Jesus.
Cada um de nós possui essa pessoa infantil dormindo docemente no íntimo do nosso ser. Quando não a despertar do seu estado de sonolência, seremos nós mesmos os únicos culpados. Se dermos ouvidos aos míseros caminheiros da estrada, essa criança não será tirada do seu sono, tornar-se-á adulta e de aspecto desagradável. À medida que as pessoas se afastarem da presença de Deus, essa criança se tornará em uma figura colossal, cada vez mais afeiçoada às coisas materiais. Elas ajuntarão riquezas onde a ferrugem e as traças as consumirão.
Esse é o núcleo das tragédias mundiais, das injustiças humanas e dos quesitos enigmáticos da nossa era. Deixar essa criança morrer é abdicar-se do que de mais nobre possa existir na vida.
Ser criança é ter relações perfeitas com Deus e com os nossos semelhantes. Sem estes elos, ninguém verá o Senhor...
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